segunda-feira, 28 de abril de 2008

Noite

“É noite tudo se sabe” minha avó já dizia isso e possivelmente alguém antes dela, mas sei lá, não sei tudo por ser noite, a não ser o que passou hoje e isso é obvio, mesmo assim essa sempre me pareceu a melhor hora de produzir, de escrever, talvez porque o elefante que é criado pelo casal de duas mulheres que habita a casa ao lado da minha já esta dormindo (e isso só é surrealista se você não conhece meu condomínio), talvez por que é a hora que eu realmente estou acordado, não sei. Mas que é a hora certa isso tenho certeza.

Trabalho de noite e vejo que a grande maioria daqueles que produzem algo intelectual, dinâmico, verídico, também o fazem. Recordando minha história, minhas melhores conversas duraram uma noite inteira, meus maiores projetos vararam a madrugada e os melhores livros me causaram olheiras por semanas.

Enfim, isso não é muito um texto e sim uma homenagem aqueles que sabem o prazer que a noite trás, como Castilho e Muller, ambos Felipes que proporcionaram cada um em sua parcela grandes raciocínios, empresto de Vinicius algo para presentear a vocês:

"De manhã escureço,

de dia tardo,

de tarde anoiteço,

de noite ardo!"

Obrigado pela companhia, abraços.

3 comentários:

Anônimo disse...

Quem sabe a música: Ainda que o barulho frenesi dos pingos de chuva tocando a janela de metal. Ou a vida: Os reflexos em forma de verbos, conjecturas, prosa, trova, rima. Ou quem sabe nada disso: O silêncio, o mute, a tecla sap da lógica: A métrica. Who knows? “Há metafísica bastante em não pensar em nada”. Do Caeiro, de uma das várias Pessoas do Pessoa. Talvez seja isso e nada mais: a dualidade, pluri, multi. Talvez a música, a vida, o silêncio. É. Pode ser. Quem sabe?

Felipe Castilho disse...

Minha mae nunca gostou que eu trocasse o dia pela noite, meu pai diz que não faz bem a saúde, uns dizem que não é humano pois o certo seria acordar cedo e dormir cedo.
Meus argumentos nunca surtiram efeito, pois minha noites por mais que produtivas intelectualmente para mim sempre foram vistas como "noites na balada" ou "noites mal durmidas" pela minha mãe.
Eu só comecei a vencer a batalha quando eu disse que preferia estudar a noite, e que estudo anoite, e isso tem dado resultado na faculdade. Quando minha mãe vê meu boletim ela passa semanas felizes, e hoje em dia se me da um conselho é muito suavemente que ela diz "Vê se não dorme muito tarde".

Unknown disse...

Pois bem, não poderia afirmar que hoje, nessa minha nova fase, eu funcionaria melhor, ou quem sabe mais, durante o período noturno.

Meus dias longos já consomem demais, ou melhor, conomem TODAS as minhas energias.
E ao cair da noite, cai-se também a Larissa.
Mas assim continuarei caminhando.

Porém, se por algum motivo, por algum momento, por um dia se quer, "alguém que dita a vida" me perguntasse, eu responderia:
"A luz ofusca os olhos!"